Em 2020, fui desafiado a formar um time de Design para o desenvolvimento de produtos digitais. O objetivo era escalar a iniciativa de inovação existente e criar soluções incríveis para problemas complexos. O desafio era enorme e a única certeza que eu tinha era que o primeiro passo deveria ser: olhar verdadeiramente para as PESSOAS.
Formar um time diverso e com características complementares é um grande desafio. É um quebra cabeça que para ser montado é necessário avaliar as skills que mais se destacam, mas também as que podem ser desenvolvidas de acordo com o perfil de cada um. É um grande exercício de olhar para o presente e para o futuro ao mesmo tempo.
A minha hipótese era que selecionar profissionais com um perfil mais generalista, mas que tivessem conhecimento mais aprofundado em uma prática específica do Design, seria um bom começo para construir um time autônomo, porém colaborativo.
Se o Design é um esporte coletivo, não dá para chegar jogando sem conhecer o seu time e a estratégia do jogo. Por isso, foi muito importante estabelecer uma jornada para os novos integrantes se sentirem acolhidos e contextualizados:
Colaboração e engajamento são partes fundamentais de um time. Para incentivar e desenvolver esses elementos constantemente no time, alguns ritos foram estabelecidos e melhorados com o tempo:
Grande parte dos produtos estava em uma fase de solution fit, o que demandava um esforço maior do time de Design para explorar oportunidades, mapear necessidades, gerar insights e validar soluções. Por isso, padronizações e processos foram criados para acelerar o time em suas atividades.
Workshops e afins: Um kit de materiais, templates, canvas e orientações para a facilitação, deixando espaço para customizações e improvisos.
Desenvolvimento de interface: Framework básico de organização e estruturação para a criação de artefatos no Figma.
Handoff: Estrutura primária de especificações de componentes e interações, além da criação de etapas bem definidas entre o W.I.P e Ready for DEV.
Experimentos de Design: Criamos um repositório único com templates para execuções e arquivamento de achados, buscando transformar os dados coletado em ativos para o produto.
Documentação: Mais comunicação e menos documentação não significa ausência de documentação, por isso criamos um esqueleto mínimo para os experimentos e deixamos o contexto definir o nível de elaboração.
O nosso foco, desde o início, era ter uma participação estratégica dentro dos produtos, influenciando desde o time até o backlog. Por isso, identificar métricas de sucesso e ajudar o produto a se guiar por dados qualitativos e quantitativos foi essencial para que, no fim de cada período, fôssemos vistos como a horizontal mais estruturada da empresa, servindo de exemplo para uma transformação organizacional de toda a companhia.
O uso de OKRs foi fundamental para o acompanhamento das métricas e comprometimento com metas mais coletivas e alinhadas com objetivos de negócio.
O processo não foi uma cascata de acontecimentos. Onboarding, avaliação, mentoria, padronização, contratações, desligamentos, etc. acontecem de forma assíncrona e, às vezes, o sentimento de malabarismo é inevitável. Por isso, levo algumas lições sempre comigo: